Diante das preocupações ambientais, a busca por soluções sustentáveis tornou-se uma prioridade global. A substituição dos combustíveis fósseis, por fontes renováveis, como solar e eólica, é a essência dessa transição. Países como o Brasil têm conquistado avanços na geração de energia a partir de fontes renováveis.
No entanto, setores, como transporte e indústria, ainda estão fortemente dependentes de combustíveis fósseis, destacando a necessidade de alternativas inovadoras.
Uma resposta promissora para os desafios da transição energética é o hidrogênio (H2), um combustível que pode contribuir na descarbonização de setores-chave. Apesar de ser o elemento mais abundante no universo, o hidrogênio não é encontrado em estado puro na Terra, sendo comumente associado a outras substâncias, como hidrocarbonetos e água.
A utilização de uma nomenclatura baseada em cores surgiu para diferenciar a origem e o método de obtenção do hidrogênio. O hidrogênio cinza é produzido a partir do gás natural, liberando consideráveis quantidades de dióxido de carbono (CO2) no processo de reforma a vapor. Já o hidrogênio azul provém de fontes fósseis, mas com a implementação de técnicas avançadas de captura e armazenamento de CO2.
O hidrogênio verde (H2V), utiliza da eletricidade gerada por fontes renováveis para extrair hidrogênio da água, eliminando a emissão de CO2 no processo. A obtenção do H2V ocorre por meio da eletrólise, um procedimento já conhecido há bastante tempo, mas que está ganhando destaque novamente devido à rápida expansão das fontes renováveis, como solar e eólica.
A versatilidade de aplicações do H2V torna-o um componente crucial na iniciativa de descarbonização. Sua utilidade abrange a geração de eletricidade, abastecimento de veículos elétricos, aquecimento residencial e industrial, além da produção de combustíveis sintéticos. Uma característica fundamental é sua capacidade de ser produzido a partir de fontes. Embora o hidrogênio já seja amplamente empregado em setores como o refino do petróleo e a produção de aço, notamos que nesses processos ainda prevalece o uso do hidrogênio cinza. Portanto, o H2V surge como uma alternativa viável e sustentável para substituir o hidrogênio convencional nessas indústrias.
A cadeia de valor do H2V enfrenta desafios logísticos, sendo sua adoção ainda restrita pelos custos elevados associados. Nesse contexto, a pesquisa dedicada ao aprimoramento de materiais destinados à indústria de H2V revela-se importante, visando a redução dos custos de produção e a competitividade em relação às tecnologias vigentes. Paralelamente, é necessário estabelecer políticas públicas e regulamentações que orientem o setor.
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